Título: “Please, Dave…”
Autor: Caco Neves
São Paulo: Meli-melo, 2014
risografia
Arquivo mensais:agosto 2015
Pieces Remixed
O Livro dos Seres Imaginários
Amir Brito Cadôr
O livro dos seres imaginários
projeto gráfico: Amir Brito Cadôr e Daniela Maura.
Editora: Andante
Ano da edição: 2011
Local de publicação: Belo Horizonte
[17] f. : il. color. ;
28,5 x 22 x 1 cm.
Impressão em tipografia
100 exemplares numerados e assinados pelo autor.
Folhas soltas acondicionadas em caixa.
“Dedicado a Jorge Luiz Borges (1899-1986)”.
O Livro das Dessabedorias
Sonia Lins
O livro das dessabedorias
[Belo Horizonte : Ed. do Autor], 2003.
[100] p. ; 7 x 5 x 0,8 cm.
Impressão em offset.
Manuscritos em grafite no verso das folhas volantes.
Encadernação capa dura, com revestimento em papel vergê. Folhas de guarda em papel craft.
“Está chegando a / hora de eu morrer / e já estou com saudade de mim”
Numa pequena caderneta preta de bordas douradas, o último livro de Sonia Lins nasceu devagar, em notas e frases rascunhadas no ritmo permitido pelo trabalho e pelo tratamento do câncer, que se agravou em 2003. Sempre apaixonada pelo grafismo da palavra, mesmo ali Sonia não deixava de lado o gesto estético: cada página continha uma frase ou poema. Alguns eram escritos de cabeça para baixo. Às vezes, ocupavam duas páginas, como neste balanço: “Tudo que perdi acabei ganhando / tudo que ganhei acabei perdendo”.
Entre os textos, as tiradas bem humoradas, típicas de Sonia: “quando eu estiver calada / não me interrompa / pois estou falando comigo”. Outros textos fazem referencia a trabalhos, como as exposições Zumbigos e Brasil passado a sujo. Em geral, o tom é reflexivo. No seu último ano de vida, Sonia pensava sobre o envelhecimento e repassava a vida: “todos nós / gostaríamos de ter / algumas páginas / de nossas biografias / arrancadas / a minha já foi / depenada”. Impresso em pequeno formato, o caderno de anotações resultou no Livro das dessabedorias, título escrito pela própria autora, à caneta.
Periferia
Caio Reisewitz (Caio Christian Reisewitz – São Paulo/SP, 1967)
Periferia
São Paulo: DBA; Galeria Brito Cimino; Grupo Takano, 2002
72 p.
Encadernado, capa dura
idioma: portugês/inglês
3.000 ex.
ISBN-13: 9788590265818
Notas: A realização deste livro foi possível a partir da Bolsa Estímulo recebida no II Premio Cultural Sergio Motta.
O livro de Caio Reisewitz é resultado da seleção de fotos feitas em mais de dois anos, através das quais procurou retratar algo de uma complexidade insofismável, a cidade de São Paulo. Na total ausência de texto, o título indica que se vai tentar empreender isso de modo alternativo já que, desde o primeiro momento, a cidade mal nos deixa detectar referenciais básicos como centro, história, o típico, ou representar-se, por exemplo, por seus habitantes.
Seus aspectos mais pitorescos são jogados contra uma massa monstruosa que, mesmo na bidimesionalidade do negativo fotográfico, permanece como um animal enorme, quieto, mas prestes a acordar e macular tudo com movimentos trágicos (uma poluição visual tão ostensiva que já se aceita como uma epiderme). Assim, poucos elementos contribuem para a consumação da proposta ousada do artista. O resultado, no entanto, não deixa de ser surpreendente, entre outras coisas, por atingir um tom de crônica sem palavras.
Levantando imagens com técnica virtuosística, de localidades inesperadamente bucólicas e toponímia tupi como o Pico do Jaraguá, à apropriação de anúncios de jornal com simulações gráficas de condomínios ainda não construídos, mas devidamente emporcalhados por estrangeirismos siderais e estranhamente de acordo – Noblesse, Miami Gardens, Atuallité… -, acaba-se por se apresentar uma grande cena descontínua.
O sentido de crônica mantém-se porque os assuntos estão na ordem do dia, seja no boletim do telejornal ou na curtíssima florada do ipê pontuando um mês de setembro de terror no âmbito global. O recém desativado Carandiru, por exemplo, cuja entrada emblemática sentencia “Casa de Detenção”, é o pano de fundo da imagem em que um protagonista anacrônico veste roupa de marca, Cristian Dior, e sorri em pose de indiferença irritante. Outros assuntos estão implícitos, como as recentes tentativas de modificações na lei de zoneamento a fim de desimpedir o empreendimento de condomínios verticalizados.
(…)
Em “Periferia”, tem-se um testemunho que, com o tempo, só tende a consagrar o risco da aposta em uma linguagem fragmentária para retratar o lugar onde se vive, em que a paisagem original em cor sépia ou verde “atlântico” e o rosa gritante dos classificados se apaziguam na locução sem palavras do incompreensível: ao pé da montanha, grupos se preparam para viver em um lugar que ainda não existe, mas que parece de uma sensualidade apavorante.
Rafael Vogt Maia Rosa, 2002
Performance Diária
Ott’s Sneeze
Neal White; Lawrence Norfolk
Ott’s Sneeze
London, Book Works, 2002
série New Writing
Design: Silke Roch
Offset; duas cores;
108 p.
21 x 14,8 cm;
1.500 ex.
ISBN: 978 1 870699 52 5
No dia 7 de janeiro de 1894, no laboratório de Thomas Edison em West Orange, W.K.L. Dickson testava a primeira câmera de cinema do mundo: o Kinetograph. Frederic P. Ott, um assistente de laboratório situou-se diante da primeira câmera de filme do mundo e espirrou. O paradoxo dos quarenta e cinco quadros de “Record of a Sneeze” é que ele não mostra nenhum espirro – as gotas e gotículas da explosão de Ott eram muitas, muito rápidas ou muito pequenas. Tendo escapado do Kinetograph, o espirro passou mais de um século no limbo de representação; anunciado perpetuamente, mas nunca visto.
Em Ott’s Sneeze, o romancista Lawrence Norfolk (Londres, 1963) e o artista Neal White reconstruíram este espirro que faltava, empregando os mais recentes avanços em tecnologias de laser, vídeo e computador. A sequência de fotografias que resulta do espirro em progresso no espaço é mostrada ao lado dos quarenta e cinco quadros originais de Dickinson, juntamente com um comentário que liga os dois séculos.
On January 7 1894, Frederic P. Ott, a laboratory assistant of W.K.L. Dickson (the inventor of the Kinetograph) stood before the world’s first movie camera and sneezed. The paradox of the forty-five frames of Record of a Sneeze is that it shows no sneeze – the droplets and globules of Ott’s explosion were too fast, too many or too small. Having eluded the Kinetograph, the sneeze has spent more than a century in representational limbo; perpetually announced, perpetually failing to appear.
In Ott’s Sneeze, novelist Lawrence Norfolk and artist Neal White have reconstructed this missing sneeze employing the most recent developments in laser, video and computer technologies. The resulting sequence of photographs of the progression of the sneeze in space is shown alongside Dickson’s original forty-five frames together with a commentary linking the two centuries.
One Man System
Silvan Kälin, 1981- (Lucerne/ SUÍÇA)
One Man System
Ed. do autor
Recife, 2010
brochura; 15 x 21 cm
The found plastic figure of a simple, clownlike man serves as basic mold for reproduction.
I have named it One Man. Ignoring its original use or purpose, the mold of the figure is being used as universal matrix to reinvent and generate new products.
One Man is the form giving grinning face. Its potential iconographic possibilities are experimented in this project.
http://amarelo.ch/
One Century : Dedicated to Johann Wolfgang von Goethe
O Mez da Grippe
Valêncio Xavier
(Valêncio Xavier Niculitcheff, 1933–2008, São Paulo/SP)
O Mez da Grippe
Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba; Casa Romário Martins, 1981
15 x 22 cm
75 p.
Novela gráfica, com excertos de jornais do início do século XX, com notícias a respeito de uma epidemia de gripe espanhola no Brasil. Em O Mez da Grippe, Valêncio Xavier parte do entrelaçamento entre recortes de jornais, fotografias, depoimentos de sobreviventes e anúncios publicitários do início do século passado, para produzir uma novela a partir das colagens desses fragmentos, numa narrativa que retrata uma Curitiba assolada pela gripe espanhola em 1918.