Este blog tem como objetivo divulgar o acervo da Coleção Livro de Artista da Universidade Federal de Minas Gerais, a primeira coleção em uma biblioteca de universidade pública no Brasil. Em atividade desde novembro de 2009, o acervo possui mais de 1.500 livros de artista, além de obras de referência, revistas especializadas e revistas de artista. Atualmente este é o maior acervo público de livros de artista da América Latina.
Patrícia Azevedo, Julian Germain e Murilo Godoy. Vitória: verso e reverso Porto, Edições Afrontamento, 2004
A ideia deste livro é uma ideia simples: encorajar os jovens da Freguesia da Vitória a explorar o quotidiano em que vivem e a reflectir sobre o desenrolar das suas próprias vidas por meio do acto do fotografar. Vinte e sete meninos e meninas, entre os 7 e os 17 anos, tomaram parte no projecto e todos tiveram a oportunidade de utilizar 5 ou 6 rolos de filme.
Andrés Sandoval Dobras São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2017 18,5 x 24,5 cm 46 p.
Este livro convida o leitor a dobrar as páginas nas linhas sugeridas. As dobras produzem inúmeras combinações entre os desenhos. A quarta capa foi escrita por Augusto de Campos especialmente para este livro:
dobra por dobra dobra sobre dobra dobra após dobra desdobra entredobra sobredobra redobrada surpresa redobrado prazer é o que propõe a aventura pictórica desta obra, que abre aos olhos jovens a participação e a interatividade e reabre o exercício dos sentidos para precipitar a fantasia a imaginação e o imprevisto em livro livre
Leila Danziger Cadernos do povo brasileiro Belo Horizonte, Relicário, 2021 16 x 2 x 23 cm 368 p.
“Cadernos do Povo Brasileiro”, de Leila Danziger, é uma uma espécie de arca que recolhe alguns dos livros censurados ou apreendidos na ditadura civil-militar brasileira, associando-os aos rostos, rastros e nomes dos que foram vítimas da violência de Estado, não apenas sob os governos militares, mas também, recentemente, nas periferias das grandes cidades.
A publicação apresenta uma versão da instalação Perigosos, subversivos, sediciosos (Cadernos do povo brasileiro), realizada pela artista em 2017 para a mostra coletiva “Hiatus: a memória da violência ditatorial na América Latina”, apresentada no Memorial da Resistência, em São Paulo, com curadoria de Márcio-Seligmann-Silva, professor da UNICAMP e autor de um dos ensaios do livro, que conta também com um texto de Luiz Cláudio da Costa, orelha de Marisa Flórido César e uma breve apresentação de Leila Danziger.
O título da publicação faz referência a uma coleção publicada pela Civilização Brasileira, no início da década de 1960. A editora de Ênio Silveira foi uma das mais atingidas pela censura no Brasil.
Letícia Obeid Preparação para o amor Florianópolis, par(ent)esis, 2019 300 ex.
“Preparação para o amor” é a segunda novela de Leticia Obeid, publicada, originalmente em 2015, pela Caballo Negro editora. A narrativa se desenvolve a partir de um encontro entre uma jovem artista e um cineasta palestino que se apaixonam. O enredo é constituído de confissões, anedotas, verdades ficcionais ou fantasias verídicas que são escritas pela artista como uma espécie de diário ou crônica de viagem. Cada página do diário é acompanhada de notas que expandem o relato para outras questões, sem abandonar o amor e o estado de apaixonado como o assunto principal.
Marina Marchesan Agouro São Paulo, Motim, 2013 14.8 x 21cm 32 p.
Agouro
s.m. Presságio, predição, profecia, vaticínio; bras. Mau agouro; pop. Ave de mau agouro. pressoa que anuncia ou traz desgraças.
Agouro (Omen) é um fenômeno em que acredita-se prever o futuro, muitas vezes significando o advento da mudança. Embora a palavra seja desprovida de referência a natureza desta mudança, podendo ser boa ou ruim, o termo é mais frequentemente usado de maneira negativa, como acontece com a palavra ominous (sinistro). A origem da palavra é desconhecida, embora possa ser conectada com a palavra latina audire, que significa “ouvir”.
Escrito na Parede
Um presságio ou profecia do desastre, um sinal de morte iminente e inevitável, uma indicação ou o sentido do que está por vir, muitas vezes, escrito na parede. A alusão é ao Livro de Daniel na Bíblia, em que uma mão apareceu misteriosamente e escreveu uma mensagem na parede do palácio de Baltazar predizendo sua destruição e a perda de seu reino.
Sophie Calle Douleur Exquise Arles, Actes-Sud, 2003 10,7 x 20 cm 282 p. ISBN 9782742745135
“Embarquei para o Japão em 25 de outubro de 1984 sem saber que esta data marcava o início de uma contagem regressiva de noventa e dois dias que culminaria em um rompimento, banal, mas que vivi então como o momento mais doloroso da minha vida. Eu responsabilizei essa viagem por isso. De volta à França, em 28 de janeiro de 1985, escolhi, por conjuração, contar meu sofrimento em vez de minha jornada. Em troca, perguntei aos meus interlocutores, amigos ou encontros casuais: “Quando você sofreu mais?” Essa troca cessaria quando eu tivesse esgotado minha própria história contando-a, ou então relativizado minha dor diante da dos outros.”
Guto Lacaz Inveja (2ª ed.) São Paulo, edição do autor, 2015 17, 5 x 21 cm 368 p.
O premiado livro “Inveja” de Guto Lacaz ganhou versão ampliada nesta 2ª edição com mais de 200 poemas visuais. “Lancei a primeira edição do ‘Inveja’ em 2007 e o livro tinha 16 poemas visuais. De lá pra cá, quase que diariamente, fui fazendo mais e mais”. A inspiração do artista são as palavras, pessoas e acontecimentos que geram os poemas visuais. A ideia central do processo de criação é a junção de palavra+ideia+tipografia+espaço.